Por Alexandre Novaski
Ela está no elenco da próxima novela das sete, trama de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari que tem o título provisório de Sangue Bom. Sempre sorridente, a atriz Thaís Garayp concedeu uma entrevista exclusiva ao site O Vale do Ribeira. Antes, porém, conheça um pouco mais de sua trajetória.
Digamos que Thaís Garayp buscou a faculdade de Engenharia Civil apenas para compor mais um personagem, ou entender o traçado de um compasso.
Digo isso porque já em 1972 ela já percorria os corredores da Fundação Clóvis Salgado, no Palácio das Artes em Belo Horizonte, onde estudou Balé Clássico até 1975.
Antes mesmo do diploma de engenheira chegar em suas mãos, outras conquistas tributaram a sua alma: Técnica Vocal, Expressão Corporal, Teoria Musical e Solfejo. Nascia aí a atriz e cantora.
PALCO PRA QUE TE QUERO
A experiência com a música lhe rendeu participações emocionantes. Tudo começou com o coral "Ars Nova" que Thaís considera seu berço artístico. Com o grupo ela viajou pelo Brasil e pelo mundo participando de vários festivais nacionais e internacionais.
Momentos marcantes também foram vividos na ficção: “O Homem que Sabia Português”, Mahagony”, “Pianíssimo”, “Mulheres de Holanda”, “Açaí e Dedos”, entre outras.
SUCESSOS NA TV
O olhar acentuado e a voz projetada com tamanha força caíram nas graças do povo brasileiro. São inúmeros os sucessos na televisão: "Como Uma Onda", "Desejo Proibido", "Paraíso Tropical", "Da Cor do Pecado", "Caminho das Índias", "Celebridade", a minissérie "JK", entre outras.
Thaís Garayp - Como Terê Tenório em Araguaia
Seu último papel na TV foi como a vidente Terê Tenório em "Araguaia", de Walter Negrão.
1) Existe alguma personagem que você viveu na televisão e te marcou?
Pra mim todos, sinceramente. Não há aquele personagem que não nos deixe um pouco dele antes de levar um pouco de nós. Aí é que está a beleza dessa troca mágica entre ator e personagem.
2) O que é mais prazeroso na carreira de atriz?
Eu acho que é exatamente essa paixão que acredito nos mover, a todos os atores causados, e nos faz querer sempre realizar nosso ofício, não interessando às vezes se todas as condições são favoráveis.
3) E o que é mais "dramático" na carreira?
Poucos reconhecem e valorizam a profissão de artista. Não a atribuem ao caráter de um ofício sério como qualquer outro. Todos querem se apropriar desse ofício sem ter o menor talento e ou vocação. Confundem com fama, celebridade e glamour e eu acho isso muito triste.
4) Tem preferência por drama ou comédia?
Acho que tanto o drama, como a comédia, estão intrínsecos um no outro, assim como o Yin e do Yang se completam e se necessitam.
5) Você também canta. Acredita que o ator precise ter outras habilidades?
Sim, claro! Quanto mais versátil o ator for, mais oportunidades ele terá para trabalhar.
6) Dos diversos países que você conheceu através do canto, algum lhe marcou?
Bem, após várias viagens pelo Brasil e Américas, eu vim a conhecer as Filipinas bem na época de Ferdinando Marcus e Imelda, e pruma mocinha classe média se ver de repente tratada juntamente com o coral “Ars Nova” com honras de chefe de Estado, num hotel paradisíaco com o Pacífico ao fundo (aquele oceano que eu só tinha visto pelos mapas na escola) foi um deslumbre total. Depois a Grécia me emocionou muito também, saber que eu estava no berço da civilização. A Itália, a França, a Espanha, a Suíça, a Alemanha, a Inglaterra, a Holanda, a Coréia um pouco antes das Olimpíadas onde estivemos representando a América Latina, todas e cada uma na sua época teve a sua peculiaridade e seu grau de emoção. Aprendi muito, foi um desvendar do Mundo e da vida.
7) No cinema, algum papel em especial lhe deixou aquela saudade?
Tive poucas oportunidades, mas adorei fazer a Dona Arminda mãe da personagem da Camila Pitanga em "Mulheres do Brasil", da Malu de Martino, a Dona Geralda mãe de Daniel de Oliveira em "O Circo das qualidades Humanas" dirigido por Jorge Moreno, e a mãe em "O Homem da cabeça de Papelão" de Carlos Canela.
8) Alguma novidade para 2013?
Em 2013 estreia um filme onde fiz uma pequena participação, sobre o Joãozinho Trinta, representado pelo Matheus Nachtergaele e dirigido por Paulo Machiline. No teatro, tenho planos, mas como vou participar de "Sangue Bom", próxima das sete na Rede Globo, acho que esses planos vão ser um pouco adiados. Nunca penso em deixar de fazer teatro.
9) Na sua opinião, o que um ator precisa ter para uma carreira consolidada?
Primeiramente os dois pés bem plantados na realidade porque não é fácil sobreviver como artista! Muita humildade, muito despojamento, muita coragem, muito estudo e dedicação, muito respeito pela profissão. E, sobretudo, persistência e SORTE!
Thaís Garayp no Youtube: http://www.youtube.com/user/thaisgarayp