O Vale do Ribeira sua História, Turismo e Curiosidades
O Vale do Ribeira é uma região localizada no sul do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná, área de 28 municípios ( 7 paranaenses e 21 paulistas), abrangendo a Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e o Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá.
O Vale do Ribeira sua História, Turismo e Curiosidades |
Sua área de 2.830.666 hectares abriga uma população de 481.224 habitantes, de acordo com o Censo do IBGE de 2000 .
Região do Vale do Ribeira lado do Estado de São Paulo
O Vale do Ribeira se divide em duas partes ,a primeira parte no Estado do Paraná onde o Rio Ribeira nasce e a outra parte do Vale do Ribeira no Estado de São Paulo onde o Rio Ribeira deságua no mar na Cidade de Iguape.
Municípios do lado Paulista: Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, Sete Barras
Região do Vale do Ribeira lado do Estado do Parana
Municípios do lado Paranaense: Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçú , Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná.
Vale do Ribeira sua História, Turismo e Curiosidades |
A ocupação do Vale do Ribeira teve início no século XVI, com a fundação dos povoados de Cananéia e Iguape por espanhóis e portugueses.
A história da colonização do Vale do Ribeira e litoral também começaram em 1531, quando Martim Afonso de Souza ancorou seus navios na Ilha do Bom Abrigo, em frente à Ilha do Cardoso, onde deixou um marco, mas é possível que em expedições anteriores tenham aportado aí outros povoadores ibéricos que fundaram Cananéia, já em inícios do século XVI, seguida por Iguape.
A busca do ouro se iniciou já em 1531, quando Martim Afonso organizou uma expedição de 80 homens que subiu o Rio Ribeira e nunca mais retornou.. O ciclo do ouro começou, no entanto, por volta de 1550 quando foi encontrado ouro de aluvião no interior do Vale do Ribeira, na região de Apiai-Iporanga, no Alto Ribeira, Eldorado, no Médio Ribeira mas também em Cananéia e no litoral paranaense.
O resultado desse curto ciclo minerador foi o início do povoamento da área que seguia o curso do rio Ribeira até Apiaí e Iporanga. Parte desse ouro era fundida em Iguape (e Paranaguá), na casa da moeda ainda hoje existente e transformado em museu.
As cidades estratégicas do Vale do Ribeira funcionavam como núcleos de apoio aos colonizadores, Iguape e Cananéia com seus portos facilitando a entrada de intercambio e de mercadorias que penetravam através do Rio Ribeira de Iguape e seus afluentes.
A mineração do ouro na região foi responsável pelo surgimento de várias cidades no Vale do Ribeira, muitas destas cidades como Apiaí surgiram pela migração de garimpeiros em busca de ouro.
Século XVII
São descobertas as primeiras jazidas de ouro na região do Médio Ribeira. O precioso metal que resulta das lavagens na sub-bacia do Alto Ribeira, garimpado em Xiririca (atual Eldorado-SP) e Sete Barras-SP, é transportado em canoas e fiscalizado no Porto de Registro do Ouro (atual Registro-SP).
No século XVIII os garimpeiros abandonam a região do Vale do Ribeira ao receberam a notícia que o estado de Minas Gerais possuía abundância em ouro. Com a escassez do ouro na região a agricultura que era subsistência passou a ter maior valor na região. Com vasta experiência naval, a região passa construir embarcações para todo o país.
A instalação de colonização de Pariquera-Açu e a construção de estradas de ferro ligando a região com o planalto e o porto de Santos (Santos-Juquiá), entre 1900 e 1920.
Registro-SP, Município situado no Vale do Ribeira, surgiu como um pequeno povoado à margem do Rio Ribeira de Iguape. Na época, explorava-se ouro no Alto Ribeira que era transportado pelo rio até o porto de Iguape, porém antes de seguir à Iguape-SP todas as mercadorias eram registradas por um agente de Portugal para cobrar o dízimo destinado à Coroa Portuguesa.
Daí originou-se o nome Registro-SP. Ainda como povoado pertencente à Iguape, Registro começou a crescer à partir da chegada dos primeiros colonizadores japoneses, em 1913, sendo que neste período Registro-SP era o maior produtor de arroz do Estado de São Paulo.
Somente em 30 de Novembro de 1944, pelo decreto lei nº 14.334, Registro emancipou-se de Iguape, tornando-se Município, cujas instalações deu-se em 1º de Janeiro de 1945.
A cidade de Registro-SP passa a ser o centro econômico da região. Com a imigração de japoneses, os bananais passam a ocupar as áreas ribeirinhas, substituindo o arroz, e a cultura do chá foi iniciada nas colinas .
Na década de 1960 foi construída a BR-116 alterando as formas de ocupação na região e incorporando-a ao mercado imobiliário com a valorização de suas terras. A região da bacia do Rio Ribeira, frente à economia do Estado de São Paulo, mesmo tendo em sua área dois municípios que iniciaram a ocupação do território paulista (Cananeia, em 1501 e Iguape, em 1538), continua com a mais baixa densidade populacional do estado de São Paulo e permanece à parte dos processos de desenvolvimento da economia paulista.
No início do século XX, chegaram as primeiras rodovias ligando os principais núcleos à capital paulista, que proporcionou o deslocamento do eixo econômico para o centro e o norte do Vale, não sendo, contudo, suficiente para promover o desenvolvimento da região.
Uma relativa reintegração econômica da porção paulista da região viria a ocorrer em meados do mesmo século, em especial a partir de 1940, momento em que a agricultura regional começou a ser incorporada à economia estadual com a implantação das culturas de chá e banana, graças à colonização nipônica. A partir da década de 1950, tomou vulto a exploração industrial do pinho, que absorveu a mão-de-obra liberada da cultura do chá, cuja produção entra em declínio.
A História do Chá no Vale do Ribeira
Trata-se de uma área repleta de unidades de conservação ambiental e destaca-se no cenário nacional pela riqueza de recursos minerais e por ser a região que conserva o maior remanescente contínuo de mata atlântica. O sistema de drenagem é comandado prioritariamente pela Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape .
- Fotos Rio Ribeira de Iguape
Do ponto de vista econômico, merecem destaque as atividades agrícolas para as culturas da banana , atividades pecuárias de rebanhos bovino e bubalino.
As culturas temporárias de tomate e milho são as mais expressivas e concentram-se na área serrana. Entre as novas culturas esta a pupunha que vem crescendo ano a ano na região.
Patrimônio natural, socioambiental e cultural da humanidade, título conferido em 1999 pela Unesco, o Vale do Ribeira localiza-se entre os estados de São Paulo e Paraná, estendendo-se ao longo de 2 830 666 hectares (28 306 quilômetros quadrados) - 1 119 133 hectares no Paraná e 1 711 533 hectares em São Paulo. Trata-se da maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil.
O Vale do Ribeira está localizado no sul do Estado de São Paulo e recebe este nome em função da bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e ao Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá.
Sua área de 2 830 666 hectares inclui 31 municípios (22 paulistas e 9 paranaenses). Existem, ainda, outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que estão parcialmente inseridos na bacia do Ribeira.
Ecossistema
Abriga 61% da mata atlântica remanescente no Brasil, 150 000 hectares de restinga e 17 000 de manguezais. Em 1999, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura declarou, a região, Patrimônio Natural da Humanidade. Ela contém, em si, uma das maiores biodiversidades do planeta, pois conserva a maior porção de mata atlântica do Brasil. A região é produtora de água de qualidade, tanto para abastecimento humano, quanto para a fauna aquática. O Vale do Ribeira apresenta ecossistemas aquáticos (rio, estuário e mar) e terrestres (duna, mangue, restinga e floresta ombrófila densa).
Preservação
A região é destacada pela preservação de suas matas e por grande diversidade ecológica. Seus mais de 2,1 milhões de hectares de florestas equivalem a aproximadamente 21% dos remanescentes de mata atlântica existentes no Brasil, sendo a maior área contínua de um ecossistema do Brasil. Neste conjunto de áreas preservadas, são encontradas não apenas florestas, mas importantes comunidades indígenas, comunidades quilombolas, comunidades caiçaras, imigrantes e uma biodiversidade em plena preservação.