Pesquisadores encontram Larva com bioluminescência em Iporanga no Vale do Ribeira

Segundo a reportagem do site "A TRIBUNA"  , uma "Descoberta científica coloca Iporanga no centro das atenções" , Pesquisadores encontraram em uma reserva da Mata Atlântica uma larva rara, que se ilumina durante a noite.

Pesquisadores encontram Larva com bioluminescência em Iporanga no Vale do Ribeira
Larva bioluminescente descoberta, Neoceroplatus betaryiensis (Arquivo pessoal de Henrique Domingos)

Pesquisadores encontram Larva com bioluminescência em Iporanga no Vale do Ribeira
Reportagem do Site "A Tribuna" 


O município Iporanga, na região do Vale do Ribeira, não será conhecida apenas por suas cavernas. A larva de um mosquito de nome estranho acaba de colocar Iporanga no centro do interesse científico internacional, especialmente dos que estudam a biodiversidade.


Pesquisadores Grant Jonhson, Isaías Santos e Henrique Domingos, junto ao filho Caetano (Arquivo pessoal de Henrique Domingos)
Pesquisadores Grant Jonhson, Isaías Santos e Henrique Domingos, junto ao filho Caetano (Arquivo pessoal de Henrique Domingos)

O nome da larva é Neoceroplatus betaryiensis, o primeiro organismo terrestre com bioluminescência azul da América Latina. Em outras palavras: essas larvas ficam iluminadas de azul durante a noite, fenômeno que na Biologia leva o nome de bioluminescência.

A descoberta virou artigo científico publicado na última segunda-feira (05/08) em um dos mais importantes e renomados jornais científicos do mundo, o Scientific Reports.

A larva foi encontrada por pesquisadores na Reserva Betary, coração da Mata Atlântica no Vale do Ribeira. Nessa reserva funciona o Instituto de Pesquisas da Biodiversidade (IPBio), uma entidade sem fins lucrativos mantida parte com recursos de visitação pública, parte pelo CPEA, Consultoria, Planejamento e Estudos Ambientais.

Por acaso

Esse trecho de Mata Atlântica em Iporanga já é conhecido por ter a maior concentração de todo o planeta de espécies de cogumelos que emitem luz.

Esses seres luminosos crescem no interior da floresta úmida, sobre as cascas das árvores e nos galhos e troncos caídos no chão. Durante o dia, se parecem com outros cogumelos conhecidos da população, mas ao cair da noite, é possível enxergar sua luz esverdeada fosforescente em meio à escuridão.
E foi pesquisando sobre os cogumelos que os cientistas encontraram a larva do mosquito Neoceroplatus betaryiensis que também emite luz azul durante a noite.

“Entre a descoberta e a publicação do artigo foram dois anos. Precisávamos ter a certeza de se tratar de algo inédito para essa região da América”, diz a bióloga Ana Gláucia da Silva Martins, um dos 13 cientistas que assinam o artigo.
Essas pequenas larvas, com menos de 2 centímetros de comprimento, possuem três órgãos que emitem luz: dois na cabeça e um na cauda.

Conhecer, conservar

E qual a importância dessa descoberta? Ana Gláucia explica: “A Reserva Betary é voltada para a preservação da natureza. A gente só consegue conservar aquilo que conhece”, diz.
Além disso, as substâncias presentes nessas espécies bioluminescentes, como a luciferina, têm potencial de aplicação nas áreas de pesquisa médica, biotecnológica, industrial e farmacêutica. 
Essas substâncias já são usadas para marcar células de câncer, testar a viabilidade de espermatozoides, detectar patógenos e metais pesados em amostras de água.

Desenvolvimento

Dos 13 pesquisadores envolvidos com essa questão, três são nativos do Vale do Ribeira. Além de Ana Gláucia, também Adão Henrique Rosa Domingos e Isaías Santos.

Ana Gláucia acredita que a descoberta possa jogar luz sobre a importância do Vale do Ribeira para a biodiversidade do planeta. Ela não descarta, também, que a concentração de seres bioluminescentes possa se transformar em rota de interesse turístico e fonte de recursos para a região.

“Existe um grande número de pessoas que se interessam por visitar locais assim. Por que não fazer dessa característica de Iporanga um caminho de desenvolvimento?

O nome

Por se tratar de uma espécie nova, até então desconhecida pela ciência, os autores homenagearam o IPBio conferindo o nome científico Neoceroplatus betaryiensis, em alusão ao fato da espécie ter sido encontrada pela primeira vez na Reserva Betary, uma unidade do instituto situada no Sul do Estado de São Paulo. A Reserva Betary é um Centro de Estudos do Instituto de Pesquisas da Biodiversidade-IPBio (www.ipbio.org.br), entidade privada sem fins lucrativos destinada à pesquisa e divulgação da biodiversidade dos biomas brasileiros. Este centro situa-se em Iporanga-SP, em meio a diversas unidades de conservação.

Fonte: Reportagem da Arminda Augusto do Site "A Tribuna "
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