O jejum intermitente pode ser definido como um método de emagrecimento criado na década de 30 após a realização de estudos científicos com macacos. Em 1972, depois de novas pesquisas, agora com humanos, cientistas identificaram os principais benefícios deste tipo de prática, que inclui a diminuição da pressão arterial, redução do colesterol, atenuação dos níveis de triglicérides e glicose no sangue, equilíbrio de hormônios como a testosterona e GH, e o desenvolvimento de funções cognitivas. Além destas vantagens, a metodologia também contribui para uma consequente perda de peso e desenvolvimento da qualidade de vida.
De acordo com o médico generalista e diretor da clínica Penchel, Lucas Penchel, o método consiste em uma técnica de emagrecimento, que visa alternar períodos de jejum com momentos de alimentação. “Durante o processo, o paciente ainda terá que adotar uma dieta pobre em carboidratos e rica em proteínas e gorduras. O intuito é fazer com que o organismo faça uso de seus acervos de gordura e com isso haja uma perda de massa gorda”, ressalta.
Segundo Lucas, em geral, são indicadas de 8 a 24 horas de jejum, que pode ser feito diariamente ou somente em alguns dias da semana. “Cada clínico cria o seu protocolo de horas, mas sempre com o mesmo intuito, que é o desenvolvimento da qualidade de vida do paciente e sua consequente perda de peso. Após o período de jejum, os adeptos do método, podem se alimentar de carnes, vegetais, legumes, verduras, frutas, cereais integras e líquidos, como a água, chás e café sem açúcar. Já a ingestão de carboidratos deve ser avaliada conforme cada caso”, aponta.
Penchel explica que a indicação de alimentos a serem consumidos depois dos períodos de jejum varia de acordo com o estilo de vida e objetivos do paciente. “Alguns começam pela reintrodução com carboidratos, outros com a gordura e proteínas. Mas isto deve ser avaliado junto a um profissional, que ficará encarregado de determinar as quantidades, horários e associações adequadas de nutrientes”, recomenda.
O médico lembra que o jejum era algo bem recorrente na era paleolítica, em que o homem dependia da caça para se alimentar. “No entanto, esse tipo de prática não é aconselhável para todo mundo, pois dependendo do caso, pode causar sonolência, irritabilidade, dor de cabeça, boca seca, e dentre outros efeitos colaterais. Por isso é essencial enfatizar a importância do acompanhamento médico”, adverte.
Lucas Penchel expõe que em seus anos de atuação clínica, pode observar que com a orientação adequada, a técnica pode gerar resultados significativos, tanto no controle do colesterol, quanto na retirada de medicamentos, que se tornam desnecessários. “As possibilidades de aplicação do jejum intermitente como alternativa de tratamento são bastante variadas, podendo ser empregado no controle de problemas como a pressão alta, diabetes, estresse, emagrecimento, e dentre outros”, comenta.
Por fim, Penchel destaca que além de colaborar na diminuição do peso, queima de gordura e aceleração do metabolismo, o jejum intermitente também coopera para a prolongação da vida. “Em muitas situações, a técnica se torna um estilo de vida. As pessoas que fazem o jejum, costumam mudar os períodos e as datas ao longo dos anos, mas nunca o abandona devido a sensação de bem-estar e saciedade proporcionados pela prática”, conclui.