Chamamos
de “nossa geração” à década em que nos “damos por gente”. Portanto, quem nasceu
nos anos 60, entrou na juventude na década seguinte; daí pode-se dizer que seja
da “geração 70” .
De minha parte, posso dizer que sou da geração do final dos anos 70 e início
dos anos 80, ali no período entre os meus 15 a 20 anos.
John Travolta, em "Os Embalos de Sábado à Noite". |
Todos
os da “minha geração” dançaram ao ritmo alucinante da discoteca, que tinha como
astros John Travolta, Olívia Newton-John, Roberta Flack, Glória Gaynor. Os
bailinhos eram bem inocentes, cada um ficava na sua, dançava sozinho ou em
grupo aquele louco ritmo que, no cinema, foi simbolizado pelos filmes “Embalos de sábado à noite” e “Nos tempos da brilhantina”. Eram a coqueluche da moçada. Mesmo não sendo
muito chegado em dançar, eu frequentava, vez ou outra, os bailinhos realizados
na discoteca da cidade.
Mas
voltemos aos “bons tempos”. Ainda não vivíamos os tempos consumistas atuais,
quando as novelas da Globo fazem propaganda explícita dos produtos de seus patrocinadores,
num fragrante desrespeito à inteligência do telespectador. Os tênis da moda
eram os das marcas Montreal, All Star, Ki-Chute, Bamba e Conga. Quase todos usávamos calça tipo boca de sino (geralmente de tergal), camiseta branca Hering ou aquelas camisas com gola alta;
ou seja, um vestuário “simples”, “discreto”...
Na
televisão, passavam as novelas “O Astro”, “O Profeta”, “Anjo Mau”, “Marrom
Glacê”, “Feijão Maravilha”, entre outras. No horário das seis da tarde, eram
exibidas as novelas “Senhora”, “O Noviço”, “O feijão e o sonho”, “Escrava
Isaura”, “Sinhá Moça”. A garotada se divertia com “Vila Sésamo”, com a ainda
jovem e pouco conhecida Sônia Braga, e com o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Os
seriados brasileiros eram “Malu Mulher”, “Plantão de Polícia” e “Carga Pesada”.
Também eram exibidos, de vez em quando, alguns episódios de “Caso Verdade”. Os
musicais eram interessantes, quase todos dirigidos pelo Augusto César Vanucci. Semanalmente,
as músicas mais executadas eram destaques no “Globo de Ouro”.
A
molecada esperava com ansiedade o infantil “Globinho”, com muitos desenhos
animados, apresentado pela Paula Saldanha, que hoje produz especiais sobre
ecoturismo e expedições.
Um
dos programas que mais marcaram o meu final de infância e início de adolescência
foi “Vila Sésamo”. O personagem principal era o Garibaldo, interpretado pelo Laerte Morrone (que depois fez algumas
novelas, entre as quais, “O Alienista”, adaptação do livro de Machado de
Assis). Também faziam parte do elenco Armando Bogus, Aracy Balabanian, Flávio
Galvão, Paulo José, Flávio Migliaccio, além da La Braga.
E
assim se passaram os “anos dourados” de minha infância e juventude, quando me
“dei por gente”...
ROBERTO FORTES, escritor e poeta, é
licenciado em Letras e autor do livro de contos “O Tucano de Ouro - Crônicas da
Jureia” (2012), além de centenas de crônicas e artigos publicados na imprensa
do Vale do Ribeira. E-mail:
robertofortes@uol.com.br
(Direitos Reservados. O Autor autoriza a
transcrição total ou parcial deste texto com a devida citação dos créditos).
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