Wislawa Szymborska (1923-2012), poetisa polonesa que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1996, aos 73 anos, era praticamente desconhecida fora da Polônia. Seu primeiro livro, “Os Poemas”, lançado em 1949, foi censurado pelo regime comunista. Motivo: era obscuro demais para as massas.
A poetisa polonesa Wislawa Szymborska . |
Entre
os seus principais livros destacam-se: “Convocação
para Yeti” (1957), “Poderia Ser”
(1972), “O fim e o princípio” (1995),
“Paisagem com grão de areia” (1998) e
“Instante” (2006).
Em
seu discurso na Academia Sueca, em 1989, Wislawa comparou o escritor a outros
artistas. Diz que um filme biográfico sobre um escritor é algo pouco
interessante. O que o cineasta retrataria na película? Quando um pintor é
filmado, o público pode ver na tela todo o seu processo criativo, com a tela
sendo preenchida e tomando forma. Agora, o que de interessante teria um
escritor, sentado em frente a uma mesa, dedilhando uma máquina de escrever ou
um notebook, com o pensamento ao longe, tentando buscar palavras para preencher
o vazio do papel?
Um
dos poemas mais conhecidos de Wislawa é “As
três palavras mais estranhas”, que contém estes versos inquietantes:
“Quando eu falo a palavra Futuro,
a primeira sílaba já pertence ao
passado.
Quando eu falo a palavra Silêncio,
o destruo.
Quando eu falo a palavra Nada,
crio algo que nenhum não-ser comporta”.
Vale a pena ler Wislawa Szymborska!
ROBERTO FORTES, escritor e poeta, é licenciado em Letras e autor do livro de contos “O Tucano de Ouro - Crônicas da Jureia” (2012), além de centenas de crônicas e artigos publicados na imprensa do Vale do Ribeira. E-mail: robertofortes@uol.com.br
(Direitos Reservados. O Autor autoriza a transcrição total ou parcial
deste texto com a devida citação dos créditos).