Em 2007, passei dois dias na Paulicéia e aproveitei para pesquisar no Arquivo do Estado sobre Francisca Júlia, a ilustre filha do Vale do Ribeira, garimpando documentos para o livro que venho gestando há vários anos. O material existente sobre ela é bastante variado; infelizmente, a falta de tempo obrigou-me a colher os dados mais relevantes, ficando os demais para um futuro retorno.
Na
ocasião, numa visita à Estação Pinacoteca, encontrei-me com a escritora Márcia
Camargos, que lançou naquele mesmo ano o livro “Musa Impassível – a poetisa Francisca Júlia no cinzel de Victor
Brecheret”, publicado pela Imprensa Oficial. A autora presenteou-me com um
exemplar autografado da obra.
Fartamente
ilustrado com fotografias e gravuras, algumas inéditas, numa produção editorial
primorosa, “Musa Impassível” é fruto
de profunda pesquisa empreendida por Márcia Camargos junto a familiares de
Francisca Júlia e a arquivos particulares.
No intervalo da garimpagem no Arquivo do Estado, não pude
deixar de visitar a Pinacoteca, no Parque da Luz, para onde foi levada a
estátua “Musa Impassível”, esculpida por Brecheret a pedido do Governo do
Estado para ser colocada no túmulo da poetisa, no Cemitério do Araçá.
Restaurada,
no rigor do mármore branco e impassível, a estátua ocupa lugar de destaque na
Pinacoteca, reinando absoluta e única no amplo espaço aberto a ela dedicado. Ao
se contemplar a “Musa Impassível”, somente um insensível não se emociona diante
de sua monumentalidade e imponência.
No
gancho da visita à Pinacoteca, estiquei até o Museu da Língua Portuguesa, na
Estação Júlio Prestes, que ficava nas imediações e que foi destruído por um
incêndio em 2015. Também é impossível se ficar indiferente à majestade e beleza
de nossa língua, percorrendo as instalações da exposição sobre Gilberto Freyre
e participando da experiência lúdica de um espetáculo onde o personagem
principal é a Língua Portuguesa, de Camões a Pessoa, de Vieira a Guimarães
Rosa.
Duas
visitas imperdíveis.