Assinado por Kelly Cena e Mariana Cabeça, o livro Ambivivências mostra o talento literário

Lançado no ano passado e produzido com apoio da Secretaria Especial de Cultura, dentro do Programa de Ação Cultural 35/2020, o livro "Ambivivências” pode ser adquirido pelo link : https://docs.google.com/forms/d/12wtcBbyPuJaKIuCk8hhcjSHIpDXSVrd9zwLBer_sZxw/viewform?chromeless=1&edit_requested=true.


Segundo as autoras, “Ambivivências” é uma alusão ao termo “Escrevivências” criado por Conceição Evaristo, uma das mais influentes literatas do Brasil e participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra no país. “Ambi” significa “ambiguidade; duplo sentido” e “vivências” são as das autoras, Kelly Cena e Mariana Cabeça.

O projeto Ambivivências contou também com a Oficina "Cultura é trabalho! Qual a sua arte?" ministrada pelas autoras aos jovens da Ilha. Kelly e Mariana apresentam o processo de acessar o Programa de Ação Cultural, o ProAC, e abordaram a importância de se produzir cultura: “Produzir cultura no Brasil ainda é tido como hobby, passatempo, quando não, até como coisa “de gente à toa”. Essas ideias precisam ser recicladas, uma vez que a produção cultural promove saúde mental em nossa sociedade e, trabalhar com isso, exige técnica e profissionalização. Sim, cultura é trabalho!“.

O livro Ambivivências pode ser adquirido por R$ 18,00. Parte do recurso recolhido na comercialização dos exemplares será revertido para a impressão dos fanzines realizados nas oficinas de poesia no Espaço Ilha Jovem.

Aspas das autoras


Kelly Cena

“Ambivivências” deixou de ser apenas um livro quando mais pessoas vieram a nós e compartilharam as suas vivências. E é exatamente isso que queremos abordar! Trouxemos com toda delicadeza e sutileza quem somos e esperamos que o público que irá ler cada poema nos retornem quem eles são também. Mariana veio a mim no momento certo! Sempre soubemos do nosso potencial de escrita, mas após ter o retorno de quem leu é uma sensação muito sinistra porque poucas vezes nos expressamos da mesma forma que fizemos no livro. Trouxemos cada uma de nossas fases e como elas aconteceram e a nossa reação naquele momento e com aquela mentalidade.

Desde sempre, lançar um livro era um pensamento muito distante por eu não ter o conhecimento como acessar tal recurso para ter tal livro, logo quando o ProAC apareceu vimos uma grande oportunidade de nos expressarmos além das redes sociais pessoais. O nosso livro é infanto-juvenil. Decidimos começar a falar sobre a racialização e a branquitude com os adolescentes por ser uma das fases mais marcantes que temos ao longo da vida em relação a todas experiências que temos quando entramos em contato com a sociedade com o olhar de descobrimento sobre os mais diversos assuntos”.


Mariana Cabeça

"Esse projeto me encheu de pistas sobre a famosa frase 'o que fazer a seguir'. A arte faz isso, ela nos lembra da alegria que é criar algo a partir de uma vontade própria. É respirar. E como não falar que isso pode sim gerar renda? Quantos de nós não recebemos cuidados através da cultura nessa pandemia? Quem trabalhou para planejar, divulgar, apresentar e compartilhar na internet o que assistimos? As músicas que ouvimos, o filme que assistimos, as piadas que contamos. Arte gera vida e é trabalho. Estamos vivendo um tempo que põe em xeque o que entendemos por dignidade humana, e a arte é uma das formas que temos para construir novas narrativas. Como diz Machado de Assis: palavra puxa palavra, uma ideia traz outra e assim se faz um livro, um governo ou uma revolução. Sou grata por ter a oportunidade de construir enquanto realizo esse sonho com a Kelly e com todas as pessoas que tornaram possível o livro. Agradeço a oportunidade de poder falar um pouco sobre esse processo e também ressalto que temos jovens artistas em nossos municípios de uma qualidade imensa. Valorizemos esse território que tem uma história muito mais antiga do que a datada."


 

Assinado por Kelly Cena e Mariana Cabeça,  o livro Ambivivências mostra o talento literário

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