Um estudo internacional, realizado pela psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, apontou que 70% dos profissionais bem-sucedidos possuem a síndrome do impostor em menor ou maior grau, em especial as mulheres. Isso pode estar relacionado também à luta por igualdade de tratamento profissional e à diferença entre salários de pessoas de gêneros diferentes, mas que atuam no mesmo cargo.
Shana Wajntraub |
Essa síndrome acomete tanto os homens quanto as mulheres, pode ser caracterizada como uma desordem de autopercepção.
“A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autos sabotagem. Então, o indivíduo constrói, dentro da cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência." explica a psicóloga. "Naturalmente, todo o cérebro humano possui essa pré-disposição a colocar essa sensação de incapacidade e demérito. E, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa isso pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra”. “Essa síndrome envolve uma gama de sentimentos, vindos de baixa autoestima e insegurança.” completa Shana Wajntraub.
A pessoa que possui essa síndrome acha que não é bom o suficiente, que não possuiu as habilidades, se sente incapaz e vive com pensamentos negativos sobre si, se cobrando a cada dia num nível alto.
Isso leva o profissional a se prejudicar no ambiente de trabalho pois, há a falta de autoconsciência e uma boa percepção da realidade.
Geralmente o profissional possui todas as competências para assumir um determinado cargo, mais por achar que não vai dar conta ou por não acreditar em si mesmo, acaba se autosabotando. Perdendo boas oportunidades de crescimento e se frustrando porque sempre acha que não merece.
Sinais da síndrome do impostor:
Procrastinação: vem através da insegurança do indivíduo para executar tarefas e sempre deixando para depois.
Sentimento de não pertencimento: Geralmente pensam que não merecem estar onde estão.
Autosabotagem: elas criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel.
Ingratidão: Por não aceitarem que são boas em algo, as pessoas nessa condição acabam tendo muita dificuldade para aceitar que os outros encontrem boas características nelas.
Autodepreciação: Pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.
Comparação: O indivíduo só consiga encontrar boas características nos outros e nunca em si próprios.
Autocrítica excessiva: É como se as pessoas perdem a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punissem o tempo todo.
Maneiras de reduzir o problema:
Realizar uma checagem da realidade pessoal, que tende a deixar a pessoa mais atenta e que pode ser facilitada com um nível mais profundo de autoconhecimento.
Verificar se os maus pensamentos sobre si podem ser comprovados.
Avaliar o próprio trabalho com um olhar técnico e externo.
Fazer uma pesquisa de satisfação com seus clientes ou chefes; e pedir feedback para pessoas que tenham contato com seu trabalho.
Caso não consiga lhe dar com este tipo de sentimentos e sintomas, procure um profissional qualificado para lhe orientar e tratar da melhor maneira. Finaliza a Psicóloga Shana Wajntraub.
*Shana Wajntraub, conhecida como Shana Eleve, é psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Professora da HSM, palestrante da HSM expo em 2021. também palestrou no CBTD em 2020 e 2021 e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, Vivo, Amil, Magazine Luiza, Camil.
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