Incêndio destrói o Museu da Capelinha no Vale do Ribeira
Conhecido como "Museu da Capelinha", o Centro de Exposições Temáticas foi inaugurado em 2012, faz parte do Complexo PARQUE DA CAPELINHA, de autoria do arquiteto Gilmar De Lima, e neste módulo construtivo haviam documentos e mostras temáticas informativas de grande valor sobre o Parque Estadual do Rio Turvo, o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, a Mata Atlântica, obras artísticas, réplicas de animais e relatos regionais do Vale do Ribeira.
O investimento do Parque da Capelinha veio como contrapartida de compensação ambiental, com recursos na ordem de R$ 600 mil para implantação núcleo.
Além do Museu, que foi incendiado, no Núcleo Capelinha há outros atrativos como a Cachoeiras, a Gruta da Capelinha e a Trilha do Lamarca, que fazem referência à história da localidade. Por ali, em 1969, passaram Carlos Lamarca e seus guerrilheiros, durante o período da ditadura.
No entorno do Museu incendiado existe ainda um importante sítio arqueológico.
Em 1999, arqueólogos, geofísicos e biólogos, encontraram nas proximidades, o esqueleto fossilizado de um homem, com aproximadamente 9 mil anos. Inicialmente chamado de o “Homem da Capelinha” e considerado o mais antigo registro de ocupação humana dentro do Estado de São Paulo, depois o fóssil foi denominado “Luzio” - referência a Luzia, fóssil de esqueleto feminino encontrado em Belo Horizonte que viveu há mais de 11 mil anos, considerado o mais antigo das Américas. "Luzio" foi transferido e se encontra no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.
Recentemente estivemos numa equipe do Hub Mãozinha Verde fazendo uma rápida visita ao Parque, que registrou certas carências e até alguns aspectos de abandono, como falta de cuidados no acesso, ausência de obras de manutenção, denotando um estado precário neste que é um dos mais importantes patrimônios turísticos da região.
Muitíssimo triste este episódio.
Nossa expectativa é que sejam apuradas as responsabilidades deste crime, com punição dos culpados, pois muito mais que um ato de vandalismo contra o patrimônio público, este é um atentado a nossa memória e um crime contra a história regional.
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